Nessas férias levei meus filhos para Salvador. A idéia era mostrar-lhes um pouco da nossa história, de nossa cultura e de nossas raízes. Assim poderão dizer, mais tarde, quando tiverem viajado mais, que conhecem não apenas o mundo, mas também a Bahia. :)
Bom, nesse contexto, caminhava por Salvador, no Rio Vermelho, quando me deparei com uma pequena e interessantíssima livraria chamada Midia Louca. Entrei por acaso, e gostei muito.
O acervo era composto, basicamente, de livros não muito conhecidos, de editoras idem. Não porque sejam ruins - muito pelo contrário. São apenas diferentes daqueles que quase saltam aos nossos olhos quando entramos em livrarias do estilo Megastore. Uma comparação interessante: é como cotejar filmes de Hollywood com aqueles veiculados no Sundance Festival, ou com os produzidos na Europa. Adquiri alguns títulos sobre filosofia, os quais, depois de lidos, serão mencionados aqui. Por enquanto, estou gostando, pela simplicidade e facilidade com que trata de tema tão complexo (sem prejuízo da seriedade), da leitura do livro "O que é a justiça?", de Marina Velasco. É bom principalmente para indicar a alunos iniciantes, que se perderiam na (muitas vezes desnecessária) aridez de outros livros que cuidam do mesmo assunto (clique aqui).
Mas o melhor mesmo era ser atendido por vendedores que entendiam dos livros e dos discos que indicavam, e que até, com base na preferência do cliente por um produto, ousavam indicar outro, análogo ou correlato. Não faziam como a maioria dos que trabalham em grandes lojas, que pedem para que se soletre (lentamente) o nome do mais elementar dos autores, para que possam saber, pelo sistema, se o livro procurado consta ou não do estoque. Lembrei-me de Mensagem para Você, filme em que Meg Ryan e Tom Hanks protagonizam, respectivamente, a dona de uma pequena livraria e o proprietário de uma Megastore.
Aliás, a esse respeito, conhecido meu narra a história de um vendedor que, perguntado pelo cliente sobre o Requiem de Mozart, respondeu, depois de consultar o sistema: - Tenho outro CD com "essa mesma música" cantada por Brahms, serve?
É. A massificação tem vantagens e desvantagens...
* Registro que nada tenho contra lojas do tipo Megastore. São excelentes, e as freqüento com bastante assiduidade. Livrarias pequenas como a que estou referindo nem sempre têm o que precisamos, e os vendedores de grandes livrarias nem sempre são ignorantes a respeito do que vendem. Nesse campo, talvez o melhor seja justamente freqüentar ambas, para que se nos amplifiquem as opções.
** Indiquei, acima, o site da livraria. E reconheço que a internet é o melhor instrumento para procurarmos livros, principalmente quando já sabemos o que queremos. Mas garimpar às cegas, como quem não quer nada, ainda é um excelente programa, que às vezes nos leva a achados aleatórios que, na internet, não teríamos como fazer. Aqui, também, o melhor talvez seja não substituir uma coisa pela outra, mas sim alterná-las.
2 comentários:
Hugo, parabéns pela iniciativa de levar seus filhos para conhecerem o Brasil, especialmente a Bahia. Isso é coisa rara de se ver atualmente. Como um amigo costuma dizer, onhecer um pouco da nossa história desde cedo faz bem à saúde!
Com certeza. Muita gente supervaloriza o que vê no exterior sem nem mesmo conhecer o que temos por aqui.
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