As crianças invariavelmente ingressam na fase do "por quê?" por volta dos 3 anos de idade, e saem logo depois, não raro acompanhadas de observações impacientes de adultos insensíveis, que reclamam dessa curiosidade.
Sou fascinado por essa curiosidade, e sempre digo aos meus alunos que nunca deveríamos sair dessa fase. Quando vou com eles discutir qualquer tema, começo perguntando: - Por quê? Por que a prescrição é diferente da decadência? Por que o tributo é compulsório? Por que certos direitos devem ser assegurados na Constituição?
Não devemos apenas decorar informações, fatos, datas e números de leis e de decisões judiciais. Precisamos PENSAR, e estimular aos que nos estão próximos a fazer o mesmo.
Na dedicatória que fiz em meu mais recente livro, intitulado "Por que dogmática jurídica?", a ser lançado em meados de 2008 pela Editora Forense, peço à minha filha, atualmente com sete anos e ainda nessa fase, que dela nunca saia. Suas perguntas a mim são cada vez mais desafiadoras, e difíceis de responder. Mas nunca as deixo sem resposta. Ainda que tenha de consultar dicionários, enciclopédias ou, para ser mais moderno, o "oráculo" que é o google.
Nesse contexto, fiquei feliz, muito feliz, ao ler a biografia de Einstein, já mencionada em postagem anterior, e ver que ele tinha exatamente o mesmo pensamento. Considerava-se uma eterna criança, nesse ponto, e dizia sempre não ter nenhuma talento ou inteligênica excepcional, mas apenas uma enorme curiosidade...
Evidentemente não estou comparando a "criança" Albert Einstein, aliás bastante modesta naquela observação, comigo, com minha filha, com você leitor ou com qualquer outra pessoa. Apenas destaco que minha observação, de cunho meramente epistemológico, e intuitivo, já havia sido feita antes, por alguém cuja biografia dispensa qualquer consideração adicional, neste ponto, a mostrar que essa postura perante o mundo nos pode levar mais eficazmente a compreendê-lo e, se for o caso, torná-lo melhor.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Ainda Einstein
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