Faço essa postagem de Búzios, no Rio de Janeiro.
Vim a São Paulo assistir, em São José dos Campos, a formatura de minha sobrinha, que concluiu o curso de engenharia eletrônica no ITA, e resolvi dar uma "encompridada" no final de semana.
Bom, mas o que me impressionou, e me fez postar essas reflexões, foi o que vi no ITA.
Conhecendo as instalações, os alojamentos etc., vi que muitos dos alunos lêem livros de literatura.
Isso nem deveria ser motivo de surpresa para mim, mas infelizmente foi.
Digo isso porque os alojamentos que conheci, nos quais vi "Esaú e Jacó", "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Cem Anos de Solidão", eram de futuras engenheiras que, nas horas vagas, quando não estão lidando com cálculos infinitos, osciloscópios, programação em assembler ou C, entre outras coisas, passam o tempo lendo Machado de Assis e Garcia Marquez.
Não eram estudantes de literatura, nem de Direito.
Aliás, entre esses últimos...
Perguntei uma vez em uma turma de graduandos em Direito de um dos últimos semestres do curso se conheciam "Cem Anos de Solidão"; depois de algum tempo conversando sobre o assunto, vi que não sabiam nem quem era Dan Brown...
Não é de admirar, nesse contexto, que alguns tenham gramática tão sofrível, vocabulário pobre, ortografia idem e mesmo dificuldade em se expressar.
Se num curso de engenheiros a literatura é passatempo, entre futuros bacharéis - que têm na linguagem escrita, e não nos números, o principal meio de expressão - deveria ser obrigatória.
Alguém poderia objetar essa comparação, dizendo que o ITA é um centro de excelência, onde é difícil entrar, e ainda mais difícil sair com êxito, não se comparando às faculdades de Direito privadas com as quais o estou comparando.
É verdade, mas não justifica.
Essa diferença está nos alunos, e não nos equipamentos daquele conceituado instituto. E não propriamente em sua origem, pois muitíssimos no ITA são nordestinos, mas no interesse que têm pelo conhecimento.
Machado, Eça, Vargas Llosa e todos os demais bons escritores, de ontem e de hoje, estão ao alcance de todos. Basta ter interesse em lê-los. E aí é que está a grande diferença. Depende de cada um fazê-la grande, ou pequena (ou nenhuma).
Vim a São Paulo assistir, em São José dos Campos, a formatura de minha sobrinha, que concluiu o curso de engenharia eletrônica no ITA, e resolvi dar uma "encompridada" no final de semana.
Bom, mas o que me impressionou, e me fez postar essas reflexões, foi o que vi no ITA.
Conhecendo as instalações, os alojamentos etc., vi que muitos dos alunos lêem livros de literatura.
Isso nem deveria ser motivo de surpresa para mim, mas infelizmente foi.
Digo isso porque os alojamentos que conheci, nos quais vi "Esaú e Jacó", "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Cem Anos de Solidão", eram de futuras engenheiras que, nas horas vagas, quando não estão lidando com cálculos infinitos, osciloscópios, programação em assembler ou C, entre outras coisas, passam o tempo lendo Machado de Assis e Garcia Marquez.
Não eram estudantes de literatura, nem de Direito.
Aliás, entre esses últimos...
Perguntei uma vez em uma turma de graduandos em Direito de um dos últimos semestres do curso se conheciam "Cem Anos de Solidão"; depois de algum tempo conversando sobre o assunto, vi que não sabiam nem quem era Dan Brown...
Não é de admirar, nesse contexto, que alguns tenham gramática tão sofrível, vocabulário pobre, ortografia idem e mesmo dificuldade em se expressar.
Se num curso de engenheiros a literatura é passatempo, entre futuros bacharéis - que têm na linguagem escrita, e não nos números, o principal meio de expressão - deveria ser obrigatória.
Alguém poderia objetar essa comparação, dizendo que o ITA é um centro de excelência, onde é difícil entrar, e ainda mais difícil sair com êxito, não se comparando às faculdades de Direito privadas com as quais o estou comparando.
É verdade, mas não justifica.
Essa diferença está nos alunos, e não nos equipamentos daquele conceituado instituto. E não propriamente em sua origem, pois muitíssimos no ITA são nordestinos, mas no interesse que têm pelo conhecimento.
Machado, Eça, Vargas Llosa e todos os demais bons escritores, de ontem e de hoje, estão ao alcance de todos. Basta ter interesse em lê-los. E aí é que está a grande diferença. Depende de cada um fazê-la grande, ou pequena (ou nenhuma).
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Atualização: fotos do momento em que fazia a postagem...
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