quarta-feira, 30 de julho de 2008

E se, de repente, eles parassem...

A Raquel acaba de publicar outro livro.


É o seu terceiro livro, considerados os jurídicos e não-jurídicos. De ficção, é o segundo, intitulado "E se, de repente, eles parassem".


Em vez de contos, como no "Foi naquele desencontro...", desta vez escreveu uma aventura. Tal como no "Intermitências da morte", de Saramago, em que se imagina situação em que a Morte faz uma greve, ela imaginou situação também improvável (embora nem tanto), a fim de extrair dela algumas conclusões. Trata-se de uma paralisação generalizada dos empresários.


No "intermitências da morte", as conseqüências da trégua dada pela Morte iniciam-se pelos aspectos mais evidentes, como a falência das funerárias, passando depois a aspectos mais pitorescos, que terminam por revelar a importância e a necessidade desta repelida figura. Em "E se, de repente, eles parassem", as coisas processam-se de forma parecida. E algumas autoridades, tão críticas dos empresários, terminam percebendo - dentre outras coisas - que deles vem o sustento do Estado. Mas o paralelo não foi proposital. Só depois de um tempo, respondendo a uma crítica minha, ela atentou-se para a coincidência.


Não vou ficar aqui adiantando aspectos da história, que é mais ampla e não se restringe a aspectos jurídicos, políticos ou econômicos, que são apenas o pano de fundo para aventura, romance, bom-humor...


No prefácio, o Professor Ives Gandra da Silva Martins escreveu:



"Conheço Raquel há muitos anos, tendo por ela, por seu marido e toda a família Brito Machado, afeto muito especial.
É uma família admirável e exemplar.
Raquel sempre me impressionou, como advogada e jurista.
Tanto ela quanto Hugo Segundo têm os ornamentos do bom jurista, que são a serenidade expositiva, a séria investigação, o respeito pelas opiniões contrárias e o talento necessário para conformar o bom direito. A primeira dessas qualidades talvez falte a mim e a seu sogro, que vimos de outros tempos de luta para a volta ao regime democrático, em que o estudo, a investigação e a dicção jurídica, necessariamente, era impregnada da emoção própria dos que batalhavam por novos tempos.
Raquel e Hugo II são os melhores exemplos dos juristas da modernidade, que Hugo, o pai, e eu, com alegria, vemos nos suceder.
O que não esperava, todavia, encontrar em Raquel, é a excelente ficcionista que se revelou, com a história de seu livro, em que a percepção da realidade própria do mundo em que vivemos é desenhada, em pinceladas de novelista, com tintas de poesia e análise da natureza humana na sua busca de auto-afirmação.
Erasmo de Roterdã, no seu 'Elogio da loucura', tece um panegírico às fraquezas humanas e o inevitável conflito na procura de espaços, em que a humanidade sempre se debaterá.
Raquel dá à sua história, de fantástica atualidade, todos os ingredientes próprios que tornam o talento dos ficcionistas, que sabem manter o interesse do leitor pela história que capta contornos da realidade. E, no caso de Raquel, os diálogos fazem também pressentir, na novelista, uma futura autora de teatro.
Vejo, portanto, seu ingresso no mundo das letras com muita alegria e profunda admiração, certo de que terá seu espaço, no tempo, assegurado. 'Bem haja', cara Raquel.


IVES GANDRA DA SILVA MARTINS,
Presidente da Academia Paulista de Letras (2005/2006);
Presidente do
Clube de Poesia (1995/1996)."





Na orelha do livro, o Professor Dimas Macedo salienta que “este romance de Raquel Machado constitui um passo decisivo na sua carreira de ficcionista, que transita, agora, da curta para a longa ficção, com a mesma segurança de que se fez advogada e professora universitária respeitada”. Para ele, “este livro também pode ser lido como um projeto de enredo ou de roteiro cinematográfico em que o lugar da esperança e as malhas do amor e da cidadania podem ser auscultados como a mensagem de fundo do romance.”



O lançamento do livro será no próximo dia 13 de agosto, quarta-feira. Estão os leitores do blog todos convidados. Será às 19h, na Sedan - concessionária Mercedes-Benz, na Avenida Senador Virgílio Távora, 554, Meireles, Fortaleza/CE.

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