quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A filosofia de Emanuel Kant ao seu alcance

Contei faz algum tempo (clique aqui) que um irmão de um amigo meu, ao falecer, deixou-lhe, entre outras coisas, uma biblioteca, que, por falta de espaço para ficar com todos os livros, ele dividiu comigo e com outros amigos e familiares.
No meio dos livros que trouxe, limpei e arrumei, havia um, fininho, intitulado "A filosofia de Emanuel Kant ao seu alcance". Nunca tinha ouvido falar. Mas o seu autor, Will Durant, já conhecia faz algum tempo. É dele o excelente livro de história da filosofia que acompanhava o primeiro volume da coleção de filosofia "Os Pensadores", vendida nas bancas. Desse autor, aliás, eu trouxe, da biblioteca "pilhada", diversos outros livros mais grossos e, para quem tiver algum preconceito (cuidado, é um obstáculo epistemológico!), mais "sérios" do que o mencionado "Kant ao seu alcance".
Dia desses resolvi ler o tal livrinho, e me surpreendi. Fantástico, sobretudo para quem, como eu, não é filósofo profissional e de formação (e, no meu caso, nem mesmo amador). Linguagem clara, precisa e direta. Mais didático impossível. Leitura divertida, e que torna muito mais fácil, depois, a leitura do próprio Kant.
Procurei, na internet, o livro para vender. Meu propósito era comprar outros exemplares, novos, para eventualmente presentear alguém com um deles. Mas não encontrei. Procurando no oráculo, encontrei poucas referências, apenas em sebos, mercado livre, etc., mas nenhum livro novo. Parece esgotado.
Surpreendentemente, localizei uma versão igual à minha, através do Emule, muito bem digitalizada.
Tenho minhas reservas quanto às cópias, em respeito aos direitos autorais. E isso não é porque sou autor de livros, até porque, nessa condição, fico até dividido entre os direitos autorais (que, asseguro, não são o motivo principal pelo qual alguém publica um livro, especialmente jurídico), de um lado, e o desejo de que aquilo que escrevi tenha a maior divulgação possível, de outro.
A reserva que tenho em relação às cópias é, ainda, em respeito às editoras, aos distribuidores e aos livreiros, embora eu ache que, cedo ou tarde, tal como está acontecendo com a música, esse mercado passará por grandes modificações. Talvez demore um pouco mais, pois (por enquanto) algumas pessoas (ainda) preferem ler o livro de papel. É mais prático, confortável e não depende de baterias. Mas, insisto, isso é uma questão de tempo: baterias duram cada vez mais, monitores são cada vez mais nítidos e finos... Computadores são cada vez mais portáteis, e o espaço... Em um pendrive de 16Gb carrego no bolso, entre outras coisas, praticamente uns 300 livros, algo que só com um caminhão poderia fazer com livros impressos.
Bom, mas o que importa é que só disponibilizo o livro aqui porque, até onde sei, ele está esgotado e não poderia mesmo ser comprado. Se eu estiver errado, e o titular dos direitos sobre o livro aparecer pretendendo que eu o retire do blog, é só postar comentário, ou mandar e-mail, que  faço isso imediatamente.

Ah... E a propósito do post anterior, dou um dica, afinal relacionada com este post de hoje. Ele é um neokantiano. Mas, a essa altura, todos sabem quem é. Quem não lembra da passagem, em português, em livro publicado no Brasil pela Martins Fontes, certamente já procurou no google e achou o texto integral no site da biblioteca do México, em PDF (clique aqui).






3 comentários:

Anônimo disse...

Tenho o mesmo entendimento sobre os direitos autorais vs. obras esgotadas.

Com o advento da internet, PDF etc. não seria o caso de rever a lei de direitos autorais? Note, que em razão da citada lei, há um direito que está sendo obstaculizado: o acesso ao conhecimento e a cultura.

Segui o seu exemplo, já estou com um cópia na minha pendrive.

Parabéns pelo blog.

Bruno Weyne disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernando Silva disse...

Sobre os direitos autorais, tenho a mesmo opinião que vocês, e sobre o livro de Will, sobre Kant achei muito bom.

De fato, penso que Kant é uma leitura essencial para todos aqueles que querem se aprofundar não só na filosofia do direito como na própria dogmática jurídica.

Gostaria até de sugerir um outro livro sobre ele, para ser divulgado no seu blog: "Direito e Estado no pensamento de Kant", de Noberto Bobbio.

Nesse livro, o autor tenta mostrar o quanto que o pensamento de Kant influenciou o direito e o quanto Kant foi influenciado pela doutrina liberal (apesar da pretensão apriorística dele).

Tenho o livro digitalizado mas, como ele ainda está disponível para a venda, não sei se deveria postá-lo aqui. De todo modo basta pesquisar no "oráculo" (é assim que também costumo chamar o google rsrsrs) que a galera vai encontrar onde comprar o livro.

Abraços e parabéns pelo blog!